segunda-feira, 12 de setembro de 2011

NADA MAIS QUE ISTO

           Por graça de Deus e trazido ao mundo como fruto do amor do casal Raimundo de Carvalho Lago/Maria Cantanhede Lago, cheguei a Pedreiras-MA, na madrugada do dia 21 de fevereiro de 1942.
            No curso da vida, como qualquer pessoa de classe média que teve tal oportunidade, estudei, formei-me, especializei-me profissionalmente. Depois, trabalhei em minha profissão (contabilidade), morei em Pedreiras e fora dela, continuei a participar de movimentos políticos e sociais, fui professor, dirigi instituições, exerci cargos públicos e um mandato de vereador. Paralelamente, dediquei-me à literatura, mais acentuadamente à poesia, atendendo a um chamado que eu ouvia, desde os tempos da adolescência.
            Às vésperas dos setenta, vejo que não amealhei riquezas materiais, mas me sinto um homem feliz, pois aprendi a mágica (ou milagre) de multiplicar o peixe do meu signo para, de maneira humilde e sem pensar em retorno, distribuir o produto da multiplicação entre os meus semelhantes.
            Ultimamente, embora ainda trabalhando para complementar os proventos da aposentadoria, passei a me devotar um pouco mais a minha terra, que visito constantemente, para juntar os meus esforços aos daqueles que lá estão lutando por uma Pedreiras que conheça e respeite sua história e que cresça social e economicamente, à luz da educação e com desenvolvimento intelectual e cultural de seu povo.
            Em sua sapiência, o grande mestre da poesia - José Chagas disse-me um dia que honras, glórias e louvores não foram feitas para pessoas vivas, e sim para serem rendidas a alguém, depois dessa curta passagem por aqui, em reconhecimento ao que conseguiu deixar de bom para a posteridade. Entendi a mensagem, como uma forma de reprovação a certas vaidades individuais, entre as quais essa obsessiva busca de afirmação e de reconhecimento, a que muitos de nós se entregam desesperadamente.
            A mim, por enquanto, me basta a consciência de que estou procurando fazer algo de bom e de que sou sincero, em relação aos sentimentos de amizade, amor, afeto, doação e respeito que transmito às pessoas que me cercam ou me procuram. Sou grato pelo que recebi de honraria (comenda, presidência da Academia, poemas em minha homenagem, etc.), mas isso já é muito mais do que suficiente para a satisfação de possíveis ataques de vaidade que me ocorram, enquanto vivo.
             Então, lembrando as palavras de Chagas, o que quero mesmo é ir completando aquilo que vou deixar como legado (o conjunto de minha publicações), de que já fazem parte os seguintes títulos: Pedreiras (1970), Palavras (1988), Da Cidade e do Rio (2006), Louvação a Pedreiras (2006), Um Pouco de Cada Momento (2006), Caderno de Sonetos (2007), Os Loucos de Minha Terra (2007), Água e Pedra (2008), Tempo e Distância (2008), Palavras e Outros Poemas (2009), Da Cidade, da Pedra e do Rio (2009), Deixem tudo como está (2009), Reprodução Gráfica da Palestra "A produção literária e outras manifestações culturais em solo pedreirense" (2010), Sonetos que não estão no Caderno (2010) e Menções Cantos e Louvores (2011).     

Um comentário:

  1. Gostei do visual e do conteúdo. Pelo que tudo indica, será um blog que falará de história e poesia. Imagino, também, que Pedreiras estará presente nele, com o em tudo o que você faz.
    Cláudia Arôso

    ResponderExcluir