(Capa ilustrada com foto de Pedras Verdes)
CONTEÚDO DESTA
POSTAGEM
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Nº
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TÍTULO DO SONETO
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PG. DO LIVRO
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1
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OUTROS
MOMENTOS
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7
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2
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SONETO
DO NOSSO AMOR
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9
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3
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FINGIMENTO
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11
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4
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AUSÊNCIA
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13
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5
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SONHAR
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19
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6
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DESESPERADA
ESPERANÇA
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23
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7
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AO
POETA MAIOR
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25
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8
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FOI
ASSIM QUE CHEGUEI
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31
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1
OUTROS
MOMENTOS
Para
enfrentar sorrindo a minha lide,
sem dar
lugar na mente a desatino,
aprendi a
deixar, desde menino,
tristezas
penduradas num cabide.
Sinto que em
meu viver nada me agride,
pois tenho a
vida como um dom divino,
e enquanto
vou cumprindo o meu destino,
sou de fato
feliz, ninguém duvide!
E já que
desfrutei até agora
tantos
momentos de felicidade,
sem dar
guarida a mágoas e lamentos,
estou, dia
pós dia, hora pós hora,
buscando,
enquanto avanço em minha idade,
viver do
mesmo jeito outros momentos.
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2
SONETO DO NOSSO AMOR
É
raro amor como o do nosso caso,
Mais
do que fontes de água num deserto...
Não
te achei nem me achaste por acaso,
Foi
Deus que nos uniu, disso estou certo.
E
eu, que dos sonhos já mirava o ocaso,
Meio
perdido num caminho incerto,
Ao
te encontrar, mesmo com certo atraso,
Logo
senti meu sol de novo aberto.
Se
Deus nos elegeu para compor
Um
bom modelo de casal perfeito
Cujo
esteio da vida seja o amor,
Ele
– que tudo pode e tudo sabe –
Pelo
bem que nos quer, vai dar seu jeito
De
não deixar que o nosso amor se acabe.
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3
FINGIMENTO
Na vida,
somos nós seres bisonhos
escorregando
pelos seus resvalos,
muitas vezes
capazes de ter sonhos
e nunca
cogitar em realizá-los.
Tendo
conosco o certo e o errado inconhos
e não
sabendo como separá-los,
infelizes,
mostramo-nos risonhos,
mesmo que
isso nos provoque entalos.
Fingimos bem
durante toda a vida,
e,
geralmente, até de alma ferida
procuramos
conter nossos assomos!...
Em resumo,
sejamos bons ou não,
nunca nos
deslindamos da intenção
de sempre
querer ser como não somos.
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4
AUSÊNCIA
Vejo
como tortura uma saudade
toda
vez que de mim estás distante
e
a sensação de falta que me invade
refletida
aparece em meu semblante.
Eu
não encontro em nada o que me agrade,
tudo
me irrita, e passo cada instante
como
se dentro de uma eternidade,
de
ansiedade atroz, intolerante.
Enquanto
tu não vens, tentar eu tento,
mas
não encontro um ínfimo momento
de
calma, no meu mar de impaciência.
E
a cada ausência fico perguntando
se
um velho coreação pode, e até quando,
suportar
as agruras de outra ausência.
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5
SONHAR
É
fascinante, mais do que envolvente,
poder levar
o pensamento além
daquilo que
se é, do que se tem,
do que se
pode ver diante da gente!...
A
doce sensação de pôr a mente
livre
de toda amarra que a retém
presa
à mediocridade que convém
só
mesmo a quem não pensa em ir em
frente!...
Sonhar!...
O verbo quanto o ato são
sublimes,
mas não deixe, enquanto sonha,
que
o encantamento do seu sonho o engrade,
pois
todo sonho tende a ser em vão,
sempre
que o sonhador não se disponha
a
transformá-lo numa realidade.
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6
DESESPERADA
ESPERANÇA
Não
deixo de esperar por tua volta
e,
enquanto espero, não encontro calma,
na
saudade que causa uma revolta
de
muitas culpas, dentro de minh’alma.
Por
te deixar partir, nunca me solta
amarga
sensação, como a de um trauma
que
pisa, em rodopio, em viravolta,
meu
pobre coreação, e não se acalma.
Mais
ansioso que qualquer menino
em
frente do que quer e não alcança,
faço
coisas de um homem já sem tino.
Deito,
levanto, chego à porta... E assim,
vou
me desesperando na esperança
de
que voltes um dia para mim.
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7
AO POETA MAIOR
(Homenagem a José Chagas)
Amigo que me
inspira confiança,
que me
oferece a luz e a claridade
de uma
grande lição que não me cansa,
e mais que
eu ouça, mais sinto vontade!
Apesar das
alturas que ele alcança
com sua pena
e da avançada idade,
nele enxergo
uma alma de criança
desprovida
de orgulho e de vaidade.
Chego a
notar em seus cantos urbanos
todo o
lirismo que ele, infante, via
na singeleza
da vida campestre.
São, pois,
os seus oitenta e oito anos
tanto de
vida quanto de poesia,
já que
nasceu poeta o nosso mestre!
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8
FOI
ASSIM QUE CHEGUEI
Na vida não
andei só entre flores:
Tive meus
dias de pisar espinhos,
Amargando
também meus dissabores
A caminhar
por ásperos caminhos.
Não reclamei
jamais de minhas dores
Nem chorei
insucessos que, aos pouquinhos,
Fui
superando como os vencedores
Que não
temem da luta os torvelinhos.
Foi desse
jeito que cheguei aqui,
E até
momentos de fora da lei
Vivi, por
crimes que não cometi.
Muitas vezes
segui aos tropeções,
Mas com as
pedras em que tropecei
Alicercei as
minhas construções.
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© Lago, Kleber. Outros Momentos. São Luís: KCL, 2013