quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

TROVINHAS DE AMOR

(Imagem do Google)



Não sabes com o me enleio
Nessa sublime emoção
De agasalhar o teu seio
Na concha da minha mão


Pelo amor que a ti me enlaça
Tempo ao tempo posso dar,
Mas enquanto o tempo passa
Não vou deixar de te amar.


Dormindo, diviso traços
De certos sonhos incertos,
Mas quando estou em teus braços
Sonho até de olhos abertos.



Desejo sempre, querida,
Quando contigo me deito,
Nunca mais sair na vida
Dos limites do teu leito


Cristo, por nosso pecado,
Sofreu na cruz um castigo.
Eu, ao teu corpo pregado,
Vivo pecando contigo.

Deixa tudo para trás!
Vem comigo, e eu te asseguro
O encanto, a ternura e a paz
Que existe no amor maduro.


Trago meus músculos lassos
De tanto andar por aí.
Gastei um bilhão de passos
Até que cheguei a ti.


Ninguém vai me convencer
A que eu te deixe de lado:
Sou eu próprio quem quer ser
Devoto do pecado.

Por certo, melhores provas
De amor outras me darão.
Contudo, de minhas trovas
Serás sempre a inspiração.



Um simples gesto, que fosse,
Vindo de você, querida,
Poria um pouco de doce
No amargo de minha vida.


Tu foste um anjo celeste
Que, adentrando o meu inferno,
Do meu tormento fizeste
Um viver sereno e terno.


És a força que me anima.
Por isso, s ti me entreguei
E sempre te pus acima
Da própria vida e da lei.



Não vou deixá-la por nada,
Mas você, minha querida,
Está também condenada
A me amar por toda a vida.


Tu só carinhos me cobras
Pela tua plena entrega,
E ainda me dás, com sobras,
Tudo o que outra me nega.


A vida está mais bonita
E mais cheia de emoção,
Sendo tu a favorita
Do meu velho coração.



Demonstras que tens nobreza
E que és mulher singular,
Amando a quem de riqueza
Só tem amor pra te dar.


Contigo a vida tem sido
Navegar em mar de rosas,
Num barco de amor movido
Por carícias tão gostosas!


Eu sempre me sinto, quando
Te beijo a pele macia,
Como se estivesse usando
O ópio que me vicia.



Quando sinto em teus olhinhos
Tão suplicantes desejos,
Eu te cubro de carinhos
E te encho a boca de beijos.


Sem ter na boca o prazer
Dos teus beijos, meu amor,
A vida é que nem comer
Prato frio e sem sabor.


Considerando-nos primos,
Quem pode ao menos supor
Que na cama nos despimos
De tudo quanto é pudor?



Se sais, brigada comigo,
Trago-te de volta ao ninho
E te aplico por castigo
Boa surra de carinho.


Ligação, msg,
A nada você responde.
Diga-me onde está você
E por que de mim se esconde!...


Contigo longe de mim,
Seja na mesma cidade,
Parece nunca ter fim
Cada instante de saudade.



Vim do inferno, e foram passos
Pela vida, andando ao léu,
Até que um dia, em teus braços,
Senti que encontrei o céu!


Textos transcritos do meu livro Quadras para os Setenta, Haicais e Trovas Soltas  e do meu status no Facebook.

© Kleber Cantanhede Lago