Para
atualizar as postagens do blog, estou transcrevendo mais alguns dos meus poemas
que já foram objeto de postagens no Facebook e que estou organizando em novos
livros a serem editados. As imagens ilustrativas são compartilhadas do Google.
FELIZ EM MINHA
RIQUEZA
Eu não entro em
labirinto,
para estar livre do risco de não achar a saída; nem sigo cursos da vida por caminhos muito estreitos, para não ter de arranhar-me em vegetais espinhosos que sempre estendem seus ramos para dentro dos caminhos.
Sei que do escuro
noturno
não costumo sentir medo, mas prefiro estar no aberto em noites enluaradas e com céu cheio de estrelas, para que aviste de longe todo eventual perigo, de forma a me permitir preparar minhas defesas.
Sem falar em ter,
ainda,
o encanto de noite assim por fonte de inspiração para escrever um poema, seja sem métrica e rima, mas em plena consonância com o dom que trago em mim de ver poesia e beleza em tudo quanto Deus cria.
Quando tenho de
tomar
uma decisão qualquer só me ponho nos extremos: SIM ou NÃO, nunca TALVEZ, e a decisão sai na hora que a consciência me aponte o lado em que eu deva estar; por isso ninguém me vê ficar “em cima do muro”.
Nada lamento da
vida.
apesar de ter “perdido” muitas “oportunidades” de viver “bem situado”, política e socialmente, porém me sinto feliz quando me olho e me vejo pobre só do que não tenho na riqueza do que sou. |
HABITUALISMO
Nos versos de um soneto descrever
amores, sonhos, coisas corriqueiras, tem sido para mim, nas sextas-feiras, um hábito tão cheio de prazer!
Já deixo a pena no papel correr
livre, só tendo as margens por fronteiras, desde bem cedo, logo que as primeiras luzes venham no céu aparecer.
Se ela registra, mesmo sem que eu
peça,
que quando ao receber algum favor costumo dar em troca uma promessa,
há duas coisas que jamais prometo:
passar um dia sem falar de amor e uma semana sem fazer soneto. |
TUDO BEM!
Ao te amar com todo o apreço
Que nas trovas apregoo, Sei que tolo até pareço, Mas sem bom senso não sou!
Eu venho tendo de ti
Atenção pouca e fugaz, E há muito já percebi Que tu não me queres mais.
O desenlace eu aceito,
Mas sem fugas: face a face, Com ternura, assim do jeito Como ocorreu o enlace.
Dir-me-ás, então, de frente,
Que foi tudo uma paixão Louca, mas que, finalmente, Ouviste a voz da razão.
Eu, sem mágoa, sem desgosto,
Sem qualquer ressentimento, Com um beijinho em teu rosto, Selarei o assentimento.
Em mim, de nossa cisão
Não ficará cicatriz, Nem morrerá a emoção De ter sido tão feliz.
E tu verás que, de fato,
Com toda sinceridade, A ti sempre estarei grato Por tanta felicidade.
Nosso amor valeu! No entanto,
Depois de por ti perdido O que te inspirou de encanto, Deixou de fazer sentido.
Morreu. Tudo bem! Deus faça
Que das cinzas desse amor Nossa amizade renasça E venha com mais vigor!
Saberei ser teu amigo
Sem deixar transparecer Que já desfrutei contigo Tanta loucura e prazer.
E nesse retorno ao antes,
Tanto podes como eu posso Manter o tempo de amantes Como segredo, só nosso. |
SONETO DO AMOR
DESFEITO
De ti a ideia veio.
Por sinal,
em face das razões, dei por aceito retornarmos, em sendo o amor desfeito, à amizade, de forma natural.
E assim se fez...
Na hora, passei mal,
dando a impressão de estar insatisfeito, mas logo procurei achar um jeito de manter o equilíbrio emocional.
Deixei os meus
sentidos desatentos
a máximas e a outros pensamentos que, de ouvir desde a infância, sei de cor.
E cheguei, por mim
mesmo, à conclusão
de que termos saído da ilusão para a realidade foi melhor. |
A LUZ DO TEU OLHAR
Sempre que a terna luz do teu olhar
atinge os olhos meus suavemente, experimento uma emoção sem par, em meio a tantas que minh’alma sente.
Um tipo de emoção tão singular,
que me invade de um jeito diferente, tornando-me capaz de levitar, em êxtase, de tudo mais ausente!...
Às vezes, tento descobrir a cor
com que a luz dos teus olhos me irradia igual fascínio. Então, fico a supor
uma composição que o Criador
fez das cores do Sonho e da Poesia, para pôr nessa luz a cor do amor. |
Aos
leitores, agradecimentos e abraços com carinho!
Kleber Lago
© Kleber Cantanhede Lago
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