Com a presente postagem
termina a publicação do meu livro Amar e Escrever neste blog.
Assim, promessa feita, promessa cumprida.
EU... ANO VELHO... ANO NOVO
Nunca gasto meu
tempo em fazer conta
do que vivi, do
que viver me resta;
e enquanto
vivo, nada me amedronta,
embora a idade
já me franza a testa.
A certeza da
morte não me afronta,
o vírus da
tristeza não me infesta,
porque bem sei
manter minh’alma pronta
para viver
quanto morrer em festa.
Sempre que um
Ano Velho chega ao fim,
posso até não
louvá-lo, mas também
não digo que me
trouxe algo ruim.
E acolho com
sorrisos de prazer
o Ano Novo,
pois quando ele vem,
eu sinto em mim
a vida renascer!
|
NAVEGANTE DO PRESENTE
O sorriso no
rosto fez-se marca;
humildade e
amor, o passaporte
de quem (feliz)
a cada dia embarca
na nau da vida,
ao bel prazer da sorte.
Assim, vejo que
nada me demarca
o espaço a
navegar, e alheio a norte,
deixo singrar
as ondas minha barca,
sem nunca
cogitar onde eu aporte.
Lembro o antes
e penso no depois,
mas só navego
em águas do presente,
com alegria,
indiferente a planos.
E, já no curso
dos setenta e dois,
ainda me sinto
moço e consciente
de que não temo
a dor e os desenganos!
|
101
|
102
|
NAVEGANTE DO PRESENTE
O sorriso no
rosto fez-se marca;
humildade e
amor, o passaporte
de quem (feliz)
a cada dia embarca
na nau da vida,
ao bel prazer da sorte.
Assim, vejo que
nada me demarca
o espaço a
navegar, e alheio a norte,
deixo singrar
as ondas minha barca,
sem nunca
cogitar onde eu aporte.
Lembro o antes
e penso no depois,
mas só navego
em águas do presente,
com alegria,
indiferente a planos.
E, já no curso
dos setenta e dois,
ainda me sinto
moço e consciente
de que não temo
a dor e os desenganos!
|
REALIZAÇÃO
Eu te encontrei, não sei se por acaso,
mas logo me encantei contigo,
quando eu já tendia a desistir
da busca por alguém
com quem compartilhar
verdades e mentiras,
ternuras e loucuras,
carinhos e arranhões,
erros e perdões
e tudo mais que flui da comunhão
do homem e da mulher,
na vivência do amor.
Entrei em tua vida,
não para visitar-te apenas;
sim, para fincar minha bandeira
na terra rubra de teu coração
e com tua cumplicidade
disfarçada em “nãos”
que eu entendia “sins”,
fixar-me, isso mesmo,
ficar permanentemente dentro dele
e dar-te sempre razões
para que o ouvisses bater de satisfeito
por eu tê-lo ocupado.
Era a única realização
que me faltava,
pois quando saí
em busca da mulher ideal,
que se materializou em ti,
deixei sepultados
no lugar de onde vim
todos os meus projetos
de conquistas amorosas,
exceto este, cujo objetivo
já posso declarar
plenamente alcançado.
|
103
|
104
|
SEGREDO
Relendo as Quadras
para os (meus) Setenta,
a releitura
satisfaz-me, pois
o dito ali
ainda se sustenta
em meu
espírito, aos setenta e dois.
Ao ver que o
gosto pela vida aumenta,
neste agora,
que lá era o depois,
já penso em
festejar os meus noventa,
com as bênçãos
que Deus sobre mim pôs.
O meu segredo
de felicidade
é ser, de fato,
como me apresento:
sincero,
alegre, humilde e sem vaidade.
E também (se a
falar com Deus estou),
POR POUCO TER –
nunca fazer lamento,
mas
sempre agradecer – PELO QUE SOU.
|
SE NÃO FOSSE ASSIM...
Desde que tomei
ciência
de que já tinha
razão,
eu jamais alimentei
ambições materiais
nem dei guarida a
vaidades.
Se divirjo do
padrão
o culpado não sou
eu;
foi por decisão de
Deus
que cheguei,
predestinado
a ser assim deste
jeito:
– tipo simples, que
amizade
só sabe dar por
inteiro,
e que em suas
relações
sempre põe a
lealdade
acima de tudo mais;
– maluco que, por
amor,
fica são e não
faria
a loucura de trocar
um segundo de
ternura
por mil fardos de
dinheiro;
– garimpeiro e
lapidário
que encontra e
trabalha o belo,
dando-lhe
expressões verbais,
cuja paga
(desejada)
seja causar
emoções.
Se assim não fosse,
eu não sei
o que seria de mim,
sem amar, sem ser
amigo,
sem repartir a
poesia
de ser do jeito que sou...
|
105
|
106
|
DANÇANDO A VIDA
A vida causa-me um prazer sem fim,
como uma dança, na qual me libero
de todo preconceito e não pondero
sobre se é boa a música, ou ruim.
Dançar é algo que me encanta! Assim,
eu vou dançando a vida como quero,
em ritmo de samba ou de bolero,
e sem pensar no que digam de mim.
Frequento igrejas, faço farra em bares,
levo conforto a almas desvalidas,
pratico o bem, cometo meus pecados...
E sei que pelos críticos olhares
virtudes podem não ser percebidas,
mas
defeitos serão sempre notados.
|
A RESPOSTA
Nos encontros
que nossa turma faz
para um
chopinho em tardes de calor,
os meus verbais
excessos em louvor
a Pedreiras
viraram triviais.
Há nessa
confraria um bom rapaz
que, um dia, me
pediu para lhe expor
a razão de eu
guardar tamanho amor
por uma terra onde
não moro mais.
Só que o moço
ficou meio sem jeito
quando eu,
apontando para o peito
e expressando
emoção, lhe respondi:
– É verdade que
já não moro lá,
porém minha
Pedreiras sempre está
dentro
de mim, morando bem aqui!
|
107
|
108
|
UM
QUADRO DA INFÂNCIA
Sem mostrar resistência a essa vontade
de visitar os tempos de criança,
ponho na mão meu livro de saudade
e folheio lembrança por lembrança.
O olhar de minha mente assim me invade
a infância por inteiro, e logo alcança
uma linda menina da cidade,
loura, de olhos azuis e fala mansa.
Foi ela, certo dia, sol já posto,
que, após eu mal pisar sua calçada,
parou-me, com as mãos prendeu-me o
rosto,
esfregou sua boca em minha boca,
e
em seguida, saiu em disparada
para dentro de casa, como louca...
|
INUSITADA VONTADE
Vou passar um dia inteiro
sem pensar em versos
e sem compor um único poema.
A razão para isso
foi uma inusitada vontade,
que amanheceu comigo,
de ser egoísta
pelo menos uma vez,
para saber como me sentirei
sem revelar
e sem repartir com os outros
a poesia com que procuro viver
todos os instantes
de cada dia de vida.
|
109
|
110
|
FELIZ DEMAIS
Guardo por minha vida boa e amena
um grande amor, e sinto a toda hora
que, enquanto o amor me alegra e
revigora,
pensamento ruim não me envenena.
Sei aceitar de forma bem serena
mesmo o que chegue e logo vá embora;
assim, posso afirmar que até agora
tudo o que já vivi valeu a pena.
Tenho o pouco que quero, durmo em paz,
sempre no estado de feliz demais,
na lide, entre os amigos e no lar.
E só me aventaria desagrado
se porventura eu não tivesse achado
tanta
gente no mundo para amar.
|
|
111
|
|
SÍNTESE BIOBIBLIOGRÁFICA
Kleber
Cantanhede Lago
(21/2/1942, Pedreiras- MA). Contador, professor e servidor público federal. Pais:
Raimundo de Carvalho Lago e Maria Cantanhede Lago, Irmãos: José, Aécio, Maria
das Graças, Maria do Carmo, Carlos Rômulo (†), Maria Angélica (†) e Maria
Elisa.
Domicílios
no curso da vida: Pedreiras-MA
(até 1960 e 1964/1975), Rio de Janeiro-RJ (1960/1964 e 1975/1982),
Teresina-PI (1982/1991), São Luís-Ma (a partir de 1991).
Exercício
do Magistério (Língua
Portuguesa): Ginásio Corrêa de
Araújo (Pedreiras-MA), Escola Normal Messias Filho (Pedreiras-MA) e Instituto
Dom Barreto (Teresina-PI).
Exercício
de Cargos e Funções: Dirigente
Municipal da CNEC, Vereador, Secretário Municipal, Presidente da Academia
Pedreirense de Letras (Pedreiras-MA), Coordenador do Núcleo de Apoio
Gerencial e Diretor do Departamento de Convênios da UFMA (São Luís-MA).
Títulos
e Honrarias:
Amigo da Universidade da Terceira Idade -UNITI, Comenda Corrêa de Araújo –
Câmara Municipal de Pedeiras-MA e
Honra ao Mérito - Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão.
Bibliografia
(trabalhos publicados): Pedreiras (1970, 2ª ed. 1988), Palavras (1988), Da
Cidade e do Rio (2006), Louvação a Pedreiras (2006, 2ª ed.
2007), Um Pouco de cada Momento (2006), Caderno de Sonetos (2007),
Os
Loucos de Minha Terra (2007) Água e Pedra (2008), Tempo e Distância
(2008), Palavras e Outros Poemas (2009), Da Cidade, da Pedra e do Rio (2009), Deixem tudo como está
(2009), Reprodução Gráfica da Palestra “A
produção literária e outras manifestações culturais em solo pedreirense” (2010), Sonetos que não estão no
Caderno (2010), Menções, Cantos e Louvores (2011), Quadras para os Setenta,
Haicais e Trovas Soltas (2011),
Outros Momentos (2013), Amar e Escrever (2014).
|
KCL
Composto, impresso e encadernado pelo autor
São Luís-MA
E-mail:
kleberlago@yahoo.com.br
|
113
|
|
Deixo meus
agradecimentos a todos que me prestigiam com a leitura dos meus escritos.
Kleber Lago
© Todos os direitos
reservados ao autor.
Lago,
Kleber
Amar
e Escrever / Kleber Cantanhede Lago. São Luís: KCL,
2014
116
p.;
1. Poesia Maranhense 2. Literatura
Maranhense. I. Título.
CDD 869.081 211
CDU 869.0 (812.1)-1
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário