Nesta postagem estão os 14 últimos dos sonetos publicados no livro Amar e escrever.
CONTEÚDO DESTA
POSTAGEM
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Nº
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TÍTULO DO SONETO
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PG. DO LIVRO
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27
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A
PRESENÇA DE IREACEMA
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61
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28
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APROXIMADAMENTE,
QUASE IGUAL
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62
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29
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NOVOS
JEITOS
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63
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30
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PIPA
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64
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31
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NEM
CONCEITO... NEM LICENÇA
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65
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32
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FANTASIA
INFANTIL
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66
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33
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EMOÇÕES
EM LEMBRANÇA
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69
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34
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ETERNA
SOLIDÃO
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70
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35
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RESGATE
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71
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36
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MEU
MAIOR POEMA
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72
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37
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EMBRIAGUEZ
DE AMOR
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73
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38
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TRANSLADAÇÃO
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75
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39
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ENTRE
O SONHO E A REALIDADE
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76
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40
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CARNAL
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79
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27
A PRESENÇA DE IRACEMA
Homenagem, in memoriam,
a Iracema de
Sousa Brito
Lembro que.
até em dias adversos
a seus
planos, eu era convidado
por ela, a
ir ao seu Transual amado
tomar um bom
café com bolo... e versos.
Versos
singelos, lidos dos anversos
das folha de
um caderno bem cuidado,
onde – por
estro privilegiado –
com doçura
pintou seus universos.
Ao ser
queimado seu caderno um dia,
perdeu-se
muito do que ela escrevia
com muito
amor, em forma de poema.
Pouco
restou... Mas foi suficiente
para deixar
marcada eternamente,
na poesia, a
presença de Iracema.
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28
APROXIMADAMENTE,
QUASE IGUAL
Amarelinho –
Rua do Passeio,
música
brega, a mesa na calçada,
o churrasquinho,
a “Brahma” bem gelada,
e
eu, tão feliz, a críticas alheio.
Com
gente humilde, agora aqui me enleio,
conversando
e assistindo à caminhada
da
lua, que hoje é cheia e prateada,
as
pessoas alegres, e eu no meio...
E
esquecido de tudo que é formal,
fico
envolvido nessa singeleza
que
tal momento de prazer encerra.
Aproximadamente,
quase igual
a alguns de
quando compartilho a mesa
com meus
amigos, lá na minha terra!
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29
NOVOS JEITOS
A vida nos
tem sido, bem sabemos,
um palco de
alegria e bons momentos,
onde,
decerto, há desentendimentos,
mas que não
chegam nunca aos seus extremos.
Sem esforços
tão grandes ou supremos,
buscamos
alcançar nossos intentos,
sem mágoas
que nos deixem fragmentos
quanto sem
crises que não superemos.
Se até nos
falte o ímpeto de outrora
para o
prazer nas conjunções carnais,
pouco
interessa, pois a cada hora,
os dois
vamos achando novos jeitos
de nos amar,
de forma que jamais
sejamos um
casal de insatisfeitos.
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30
PIPA
Lá estava no
céu se apresentando
uma pequena
pipa, flutuante,
presa à
linha, a bailar sob o comando
das mãos
habilidosas de um infante.
Erguia-se,
baixava vez quando,
recuava e em
seguida ia adiante,
depois de um
duplo ladear, gingando,
tanto mais
bela quanto mais distante!...
E enquanto a
esse balé ia assistindo,
eu enxergava
um quadro de poesia
desenhado,
no céu de azul tão lindo,
pela pipa e
seu rabo de algodão,
no qual, em
pensamento, eu me sentia pendurado, a voar pela amplidão!...
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31
NEM CONCEITO... NEM LICENÇA
Para dar ao
amor definição
os métodos
parecem-me imperfeitos,
e quem os
usa não faz mais, senão
perder-se em
labirintos de conceitos.
Certo é
viver o amor em profusão,
tornando seu
reclamos satisfeitos,
sem cogitar
em como e em quais serão
para nossa
existência os seus efeitos.
Dar-se ao amor,
de forma intensa e rica,
não tendo de
pedir licença à nossa
razão – que nunca
sabe e nunca explica
porque,
quando o amor no coração
ameaça explodir,
não há quem possa
ser capaz de
conter sua explosão!...
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32
FANTASIA
INFANTIL
Brincávamos
durante o dia inteiro
m casa, no
quintal ou na calçada,
mas mamãe
tinha já por rotineiro
pôr na cama
bem cedo a meninada.
Não antes do
discurso costumeiro
de que a
criança ia ficar mirrada
e o sol ia
perder o seu luzeiro,
sem um bom
sono após cada jornada.
Na mente
desenhava um sol – cansado
de brincar
pelo céu – a esmaecer,
enquanto eu,
pelo sono dominado,
quedava a
imaginar que o sol dormia,
igual a mim,
para se refazer
e despertar
mais forte no outro dia...
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33
EMOÇÕES
EM LEMBRANÇA
Emoções!...
Tantas guardo na lembrança!...
Pouco
importa se duras ou se amenas,
Hei de
mantê-las indeléveis, plenas,
Como estas
que tive, ainda criança:
Duas casas da
mesma vizinhança,
Uma da outra
a dez passos apenas,
Ambas mostrando,
ao mesmo tempo, cenas
Tão carregadas
de dessemelhança.
Em uma, a
chama da alegria acesa
E o tinir de
cristais, em brinde à vida
De um novo
ser trazido pela sorte.
Na outra
casa, a sombra da tristeza
Cobrindo a
dor, na amarga despedida
A quem
partiu levando pela morte.
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34
ETERNA SOLIDÃO
Uma “porta e
janela” era o seu lar...
Por suas
barbas, me lembrava um frade,
Mas fazia
questão de se mostrar
Alheio ao
povo e à vida da cidade.
Vivera só,
sem nunca se importar
Em saber o
que era uma amizade,
E também
morreu só, sem dar lugar
A que
sentissem dele uma saudade...
Desenho, às
vezes, na imaginação
Sua alma
triste, a amargurar no além
O vazio da
eterna solidão,
Como se
fosse esse o seu castigo
Por não ter
sido amigo de ninguém
Nem deixado
ninguém ser seu amigo.
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35
RESGATE
Moço, sem
Fé, do tipo tresloucado,
sempre entregue
às orgias e ao prazer,
julgava-me
feliz, até me ver
vencido pelas
forças do pecado.
Depois, no
poço em que eu fora jogado,
Ccído, sem
vontade de viver,
cheguei a me
sentir um pobre ser
– corpo e
alma no escuro – arruinado...
Mas Cristo,
me estendendo as mãos divinas
resgatou-me
do poço das ruínas
e para a luz
me trouxe novamente.
Desde então,
venho andando sem fracassos,
pois qualquer
obstáculo a meus passos
Ele me
aponta, e posso ir em frente.
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36
MEU
MAIOR POEMA
Se realmente
sou poeta, devo
sê-lo,
porquanto a vida me premia
pela virtude
de enxergar poesia
em quase
tudo; não pelo que escrevo.
Mas, quando
escrevo, não sei dar relevo
a nenhum
tipo de expressão vazia
de sentimento,
qual não saberia
explicar por
que a isso não me atrevo.
Sei que não
fico de alma magoada
nas vezes em
que tento, e não consigo
falar do
nosso amor nada de nada.
Pois, sendo
o nosso amor meu grande tema,
só na poesia
de viver contigo
já sinto
escrito o meu maior poema
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37
EMBRIAGUEZ
DE AMOR
Vão-se anos
de amor e de carinho,
sem que
nenhuma rusga rotineira
tenha nos posto,
um só instante, à beira
de simples
imprudência ou descaminho.
Deliciosa
embriaguez de vinho
feito dos
frutos da melhor videira,
e que vai
nos manter a vida inteira,
unidos pelo
amor, em nosso ninho!
Só nós
sabemos como nos encanta
Toda a
imensa alegria de poder
A qualquer
hora declamar, de cor,
um poema
que, com ternura tanta,
diz quanto o
mútuo amor torna o prazer
da vida a
dois poético e maior.
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38
TRASLADAÇÃO
Chega o dia
em que a vida nos desloca,
como que
dentro de um redemoinho,
do platônico
plano e nos coloca
no ambiente
real de “estranho” ninho.
A timidez,
no início, nos sufoca,
mas não
demora para, de mansinho,
irmos
chegando àquela boa troca
de beijos e
outras formas de carinho.
Nessa troca
de toques, a emoção
em nossos
corpos gera uma explosão
de frequentes
apelos sensuais,
e faz dormir
em nós o romantismo,
enquanto
dure o intenso realismo
de
alucinantes conjunções carnais!
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39
ENTRE O
SONHO E A REALIDADE
Andas
dizendo que me entrego ao sonho
e que, se um
sonho meu não realizo,
nele
extensão de fantasia ponho
e, como
verdadeiro, o poemizo.
É que, fantasiando,
me suponho
dentro de um
belo e justo paraíso,
longe do que
de triste e de medonho
encontro sobre
o mesmo chão que piso.
E quero que
tu não te desagrades
com esse
fato de eu poder, querida,
entender que
jamais entenderias
por que não
troco muitas realidades,
que ora vejo
ocorrerem nesta vida,
por uma só
das minhas fantasias.
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40
CARNAL
Tenho a sorte
de ser este que ama
a ti, que
embora virtuosa e pura,
sabes
seguir-me com desenvoltura,
se o desejo
carnal em mim se inflama.
Toda vez,
quando a isso o amor nos chama,
noto quanto
és feliz enquanto dura
a intensa
sensação (quase loucura)
da conjunção
dos corpos sobre a cama.
Ouvir tuas
palavras não preciso,
porque nos
teus olhares bem diviso
o brilho do
prazer, em mil matizes.
E à
proporção que chega aos meus ouvidos
cada um dos
teus lúbricos gemidos,
vou entendendo
tudo o que me dizes.
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Li todos os sonetos e, como sempre,adorei.
ResponderExcluirProfª Rita
Obrigado, professora amiga!
ExcluirKleber
Prezado sonetista amigo. Visitei teu blog, e antes de nele entrar limpei meus pés. Um ambiente requintado como esse merece uma certa liturgia. Li todas. Uma beleza.
ResponderExcluirAugusto Pellegrini Filho
Amado amigo, teus sonetos transportam-me a mundos tão diversos que me embeveço nos sonhos, nas saudades, nos desejos... e contrita tento absorver tudo de belo no universo da tua poesia. Mil beijos.
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