Vou
iniciar esta postagem de Cantares de Novembro, com o poema que me dedicou uma conterrânea
e amiga de infância Anely Guimarães Kalil, hoje poeta de rica expressão, da qual me
desencontrei há mais de 60 anos, mas que, pelas mãos da felicidade e da poesia,
foi trazida para junto de mim, a fim de que pudesse ocorrer o reencontro
presencial carregado de emoção, onde gozamos a recíproca graça de reapertar os
laços que o balançar dos tempos de ausência afrouxou, mas não conseguiu
desatar.
AMIGO DE INFÂNCIA
Amigo reencontrado
que bom fitar
teus olhos novamente
procurava o olhar
tímido da criança
encontrei o olhar singular
do homem poeta
nas curvas dos caminhos
seguimos diferentes estradas
com nossos amores
tivemos alegrias
ao alcançar nossos desejos
a saudade dormiu
em nossos corações
as amizades nos fizeram
felizes
caminhamos pela rota
dos fortes
de cabeça erguida
conquistamos de forma
doce
fria
agressiva
árdua...
cada vitória alcançada
sempre mantendo
o ditame forte
das amizades
que emanam
dos nossos sentimentos
os amigos mesmo
distantes
"esquecidos"
deixam suas marcas
que o inconsciente guarda
no arquivo especial
do coração
os amigos estão
no passado
no presente
no futuro
no sempre...
a amizade vence
as diferenças
faz respeitar
os desejos da alma
nos afastaremos
outra vez
mas somos amigos
nos reencontraremos
no transcorrer da vida
e o meu coração
sorrirá
como hoje
de alegria
e felicidade
de te ver.
Kalil Guimarães
Em 17.11.2916
Às 19h00
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POETA ROMEIRO
Há trinta
e quatro anos me repito
- não por promessa, mas por fé e amor -
nas festas de Pedreiras em louvor
ao patrono da terra, Benedito.
- não por promessa, mas por fé e amor -
nas festas de Pedreiras em louvor
ao patrono da terra, Benedito.
Dentro do
Santuário tão bonito
é o povo erguendo preces ao Senhor
e homenageando o Intercessor,
em um constante e fervoroso rito!
é o povo erguendo preces ao Senhor
e homenageando o Intercessor,
em um constante e fervoroso rito!
Como poeta
que se fez romeiro,
não posso me privar das emoções
dessas festas ao nosso Padroeiro.
não posso me privar das emoções
dessas festas ao nosso Padroeiro.
E hei de
vivê-las muitas vezes mais,
em suas missas, suas procissões
e em seus apoteóticos finais!
em suas missas, suas procissões
e em seus apoteóticos finais!
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COMO SE MEDE UM AMOR
Não se
pode tomar
por medida de aferição
de um um grande amor,
simplesmente,
seu tempo de duração.
por medida de aferição
de um um grande amor,
simplesmente,
seu tempo de duração.
O amor
deve ser medido
é pelas emoções
e prazeres que nos cause,
pouco importa seja longo
ou curto o tempo que dure.
é pelas emoções
e prazeres que nos cause,
pouco importa seja longo
ou curto o tempo que dure.
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CONSELHOS A UMA AMIGA
És jovem,
bela e, em talentos, rica!
Sai para vida, amiga, porque nada
que te tenha ferido justifica
viveres em ti mesma enclausurada.
Sai para vida, amiga, porque nada
que te tenha ferido justifica
viveres em ti mesma enclausurada.
Um
desencanto passa... A gente fica,
e junto à porta que nos foi fechada
a sorte sempre deixa alguma dica
de como pôr de novo os pés na estrada.
e junto à porta que nos foi fechada
a sorte sempre deixa alguma dica
de como pôr de novo os pés na estrada.
Esquece
esse amargor a que estás presa,
o olhar de fé para o horizonte lança,
segura novos sonhos, com firmeza,
o olhar de fé para o horizonte lança,
segura novos sonhos, com firmeza,
tira da
mente o que te desagrade
e, num balão inflado de esperança,
sai a voar rumo à felicidade!...
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SONETISTA DE VOCÊ
Nosso primeiro encontro já deu vez
a este tão feliz envolvimento,
que louvo e canto em verso e que nos fez,
aos dois, reféns de seu encantamento.
Errados hão de nos julgar, talvez,
porém de qualquer culpa eu nos isento:
não nos juntamos por desfaçatez;
sim, por amor, afirmo em juramento.
O que vale é que os dois temos vivido
o amor que em minhas expressões em verso
já se impôs como tema preferido.
E foi por ele justamente que,
tornando-a meu poético universo,
eu me fiz sonetista de você.
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e, num balão inflado de esperança,
sai a voar rumo à felicidade!...
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SONETISTA DE VOCÊ
Nosso primeiro encontro já deu vez
a este tão feliz envolvimento,
que louvo e canto em verso e que nos fez,
aos dois, reféns de seu encantamento.
Errados hão de nos julgar, talvez,
porém de qualquer culpa eu nos isento:
não nos juntamos por desfaçatez;
sim, por amor, afirmo em juramento.
O que vale é que os dois temos vivido
o amor que em minhas expressões em verso
já se impôs como tema preferido.
E foi por ele justamente que,
tornando-a meu poético universo,
eu me fiz sonetista de você.
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PARTICIPAÇÃO
Já faz
trinta e quatro anos,
sem pular um (sempre lembro),
eu, em finais de novembro,
deixo (se os tenho), meus planos
e fazer outros evito,
para poder, em Pedreiras,
festejar São Benedito.
sem pular um (sempre lembro),
eu, em finais de novembro,
deixo (se os tenho), meus planos
e fazer outros evito,
para poder, em Pedreiras,
festejar São Benedito.
Até do
tradicional
"soneto da sexta-feira",
coisa minha, rotineira,
eu relaxo o ritual:
na quinta viro romeiro
e vou prestar, em Pedreiras,
honras ao seu padroeiro.
"soneto da sexta-feira",
coisa minha, rotineira,
eu relaxo o ritual:
na quinta viro romeiro
e vou prestar, em Pedreiras,
honras ao seu padroeiro.
Lá quero
estar todo ano
enquanto vida eu gozar
e, feliz, participar
do sagrado e do profano:
do que na igreja acontece,
dos atos sacros de rua,
das atrações da quermesse!...
enquanto vida eu gozar
e, feliz, participar
do sagrado e do profano:
do que na igreja acontece,
dos atos sacros de rua,
das atrações da quermesse!...
Filho nato
da cidade,
cresci nessa tradição
de fé. A forte a razão
por que , com muita humildade,
todo ano eu me repito
nessa participação.
"SALVE, SALVE BENEDITO!"
cresci nessa tradição
de fé. A forte a razão
por que , com muita humildade,
todo ano eu me repito
nessa participação.
"SALVE, SALVE BENEDITO!"
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DOS MEUS DIAS NO
FESTEJO
Quando na
sexta eu a Pedreiras chego,
mal desço a mala, trato bem ligeiro
de curtir (até sábado) o aconchego
de seu povo bondoso e lisonjeiro.
mal desço a mala, trato bem ligeiro
de curtir (até sábado) o aconchego
de seu povo bondoso e lisonjeiro.
Mas
domingo, a despeito desse apego,
é de São Benedito o dia inteiro:
do meu pouso na Rua Ciro Rego
só saio para honrar o Padroeiro.
é de São Benedito o dia inteiro:
do meu pouso na Rua Ciro Rego
só saio para honrar o Padroeiro.
Vou à
missa solene e à procissão;
depois, da casa da Cacilda Abreu,
assisto à última celebração.
depois, da casa da Cacilda Abreu,
assisto à última celebração.
E, ali,
fico entre amigos até quando,
após o "adeus", já não mais vejo eu
luz de fogos e lenços acenando...
após o "adeus", já não mais vejo eu
luz de fogos e lenços acenando...
Grato pela visita. Abraços aos amigos leitores.
Kleber Lago
© Kleber Cantanhede Lago
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