O conteúdo desta postagem abrange os poemas das páginas 41 a 64 de Viagens para dentro e fora de mim. A imagem ilustrativa mostra um parte do processo semiartesanal de montagem dos livros.
Kleber
Lago - Viagens para dentro e fora de mim
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CONTEÚDO POEMÁTICO DESTA POSTAGEM
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O POETA DA ALEGRIA
Viveu o
seu passado como quis
E, do
jeito que quer, vive o presente,
sem ser
reprodução de uma matriz
que a
sociedade tenta impor à gente.
Sempre
que o vejo, noto que é feliz,
e não
me soa nada diferente
de
verdadeiro, quando ele me diz
que só
demonstra ser como se sente.
Concebeu-se
poeta da alegria,
e creio
que, passando o adverso
de como
ele se sente, ainda diria
que até
nas dores a poesia existe,
mas se
tivesse de dizê-lo em verso,
nunca o
faria num poema triste...
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FALSOS PROFETAS
E
FALSOS CRISTOS
Nunca falha. Ao passar por um lugar
bem carente, uma “igreja” tenho visto,
e ali, sempre um “pastor” a explorar
pessoas entre as quais se fez benquisto.
Eu puxo a indagação que acho no ar
para mim, faço-a minha e nela insisto:
– Como é que Deus deixou proliferar
tanto falso profeta e falso cristo?
Em cada canto um falso pregador,
a se servir da ingenuidade alheia,
tira do pobre o “troco” que é do pão,
ensinando que os olhos do Senhor
podem fechar-se a quem a Bíblia leia,
mas esqueça o dever da “doação”...
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INDELÉVEL
Mesmo uma crise grave de amnésia
jamais me apagaria isto da mente:
tu, ainda virgem, trêmula de medo,
morta de acanhamento; e eu, experiente,
disposto a usar brandura nas carícias
para que não viesse te ocorrer
a menor sensação de desconforto.
Despetalei sobre a cama
as rosas de três buquês,
deixei o ambiente à meia-luz,
enfeitado com flores naturais
para incitar-te na imaginação
a ideia de que a noite acontecia
no espaço de um jardim.
Sem ouvidos e olhos de vizinhos,
no chalé, ao pé do morro
e a poucos passos da praia,
a fase inicial do curso dos carinhos
sofreu (de tua parte) certa inibição,
mas aos poucos foi crescendo,
crescendo, e assim crescendo,
fez-se um caudal de prazer
que palavras não descrevem.
Almas já despidas de pudores,
corpos já livres de vestes,
os dois, de tão envolvidos
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Levantei-me cedo,
abri uma janela para o Leste
e deitei-me a teu lado novamente,
para que o Sol – que a tudo assistira
pelos olhos da Lua –
entrasse, com os seus primeiros raios,
para abençoar o nosso primeiro dia
em nos darmos, um ao outro,
não notamos um claro de luar
passar pelas gelosias
e banhar de argêntea luz
o “palco” onde cenas de amor
eram vividas, não representadas.
Penso que nem nos demos conta
de que a brisa vinda do mar
também entrava pelas gelosias,
acentuando-nos na pele
o gosto de sal de nossos suores,
que teus lábios provavam em mim,
e os meus, em ti,
enquanto não chegava a quietude plena
de nossos desejos, saciados...
depois de uma primeira noite
abençoada...
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JURAMENTO
Por ti tanto voei quanto escrevi,
e minha inspiração tem sido tanta,
que mesmo a improvisar, de dó a si,
não ficam notas presas na garganta.
Culpa
de nosso amor, já percebi:
penso
nele, meu estro se suplanta;
se
omito coisas entre mim e ti,
sou ave
que não voa e que não canta.
Sei que
nao vou perder o teu amor,
mas se
acaso – não quero nem supor! –
tal
desventura me mostrasse a face,
juro
que, para ter só mais um dia
junto
de ti, até devolveria
a Deus
o que de vida me restasse!...
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EMOÇÃO DE UM
REGRESSO
Mal avistei a entrada da cidade,
correu-me pelo corpo um calafrio:
não de medo, mas vindo da vontade
de encher logo o que estava em mim
vazio.
Já não continha mais a ansiedade,
enquanto o “jeep”, nada de macio,
ia pulando, sem velocidade,
até chegar por fim perto do rio.
Revi o Mearim, em seu fagueiro
correr de quase fim de cheia. Então,
com toda a roupa em que vinha
trajado,
entrei na água, mergulhei-me
inteiro,
podendo, assim, gozar a sensação
de em minha terra ser
rebatizado!
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O ESPELHO QUE
EU QUERIA
Era costume meu
utilizar o espelho
só para me ajudar
em coisas triviais,
a exemplo de
espremer um cravo do nariz,
pentear o cabelo e
desbastar a barba,
e não sei explicar
o motivo por que,
aos setenta e dois,
resolvo usá-lo agora
para ver como
estou, de física aparência.
Lá, refletido, o
meu corpo despido
primeiro me revela
algumas rugas
já desenhadas na
pele da face,
e no crânio, a
calvície acentuada
leva-me a sentir
saudade
da cabeleira
aloirada
que antes muito
combinava
com meus olhos, que
Deus fez
cor de mel
esverdeado.
Ombros ainda não
desalinhados,
braços e peitoral
sem flacidez
conseguem me causar
certa impressão
de que se encontram
em perfeito estado
de uso e
conservação,
mas chega a vez da
barriga
que ficou mais
volumosa
e, ao ser vista de
perfil,
mais lembra um
barril de chope.
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põe na figura a
conhecida tarja
para cobrir os
órgãos genitais,
o que me obriga a
dirigir o olhar
um pouco mais para
baixo,
onde estão pernas é
pés
que tão fortes já
não são,
mas podem levar-me
ainda
aonde eu deseje
ir...
Um espelho fiel
jamais engana a gente;
de corpo, sinto-me
igual ao que ele mostra,
mas eu queria mesmo
era um tipo de espelho
capaz de refletir
minha alma por inteiro
para eu ver se, de
fato, ela está como a imagino:
num paradoxal
enverdecer constante
na mesma proporção em que eu
amadureço.
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MESMO EM SEGREDO
Tudo foi espontâneo... Tu e eu
nada premeditamos. Simplesmente
de uma troca de olhares, o envolvente
instante de carinho aconteceu.
O teu rosto tocou de leve o meu,
e veio o beijo... Daí para frente,
a emoção se fez grande e tão potente
que do bom-senso a voz emudeceu...
Quando nos demos conta, já os dois
não estávamos mais em condição
de voltar ou deixar para depois.
E agora?... O que nos resta é não ter medo
de estender o prazer da relação
de ternura entre nós, mesmo em segredo.
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CONFISSÃO
Continuo a te
achar bela e charmosa,
e sabes bem
que, ao me encontrar contigo,
procedo de
maneira carinhosa
sem te negar o
meu abraço amigo.
De nossa
relação tão desditosa
não ficou a
menor mágoa comigo:
hoje, até te
agradeço, em verso e prosa,
teres me
libertado de um castigo.
Mas te
confesso, sem constrangimentos,
que ao perceber
que tu não tinhas nada
de amor por
mim, vivi desses momentos
em que o vento
da raiva nos alcança,
e neles só quis
ver-te desterrada
para sempre, da
vida e da lembrança...
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TABAGISMO
Sou tabagista inveterado, e assumo
que vem dos tempos do “Continental”,
tipo de “belle époque” em que o
consumo
de cigarro era vício social.
Na dependência que ficou sem rumo,
sem me haver provocado um grande mal
até agora, sei que só não fumo
durante a relação sexual.
Quem me deseja vida salutar
me aconselha a que eu deixe de
fumar,
usando os argumentos mais diversos.
Mas não largo esse vício a que me
agarro,
pois não sei escrever sem meu
cigarro
nem consigo viver sem fazer
versos...
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DO
MEU ENCONTRO COMIGO
Na busca por encontrar-me
desnorteei meu norte,
despadronizei padrões,
desenlacei-me do convencional,
despreconceituei meus preconceitos
e também dessonhei o inatingível,
mas, em compensação, voltei
com a mochila cheia de valores
que eu ia me somando aos poucos,
no curso dessa procura por mim.
E foi a incorporação
desses valores a minha pessoa
que me deu a consciência
de ter-me encontrado
do jeito que eu me buscava:
pobre, em eiras e beiras;
mas o suficientemente rico,
em liberdade para pensar e em coragem
para expressar meus pensamentos
quando o momento exige essa expressão.
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CONVERSA COM ESTRELAS
“Amai para
entendê-las!” (Olavo Bilac)
Dizer não sei
se merecido, ou não,
ser por elas
ouvido, além de ouvi-las,
quando aparecem
lindas e tranquilas
suas
cintilações pela amplidão.
Eu nunca
imaginei tal emoção
enquanto, em
tentativas intranquilas,
buscava algumas
para distingui-las
pelo brilho e a
celeste posição.
Amei-as, a conselho
de Bilac,
conseguindo a
partir daquele instante
em
interlocutoras convertê-las.
E já me sinto
um verdadeiro craque
nessa conversa
mais que fascinante
que hoje posso
manter com as estrelas!...
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FASES
Tanto me causa prazer
olhar a lua no céu,
quanto ver no calendário
o que ela “anda fazendo”.
A propósito, amanhã
a lua vai começar
sua fase de crescente
e, daqui a oito dias,
ela será lua cheia...
Eu sei que tenho também
minhas fases, como a lua,
só não consigo é passar
dessa fase de CRESCENTE,
Pode até ser que aconteça;
no entanto, por mais que cresça,
confesso que não espero
a ocorrência do momento
em que eu vá tornar-me CHEIO...
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RECONHECIMENTO
(A
minha mãe, in memoriam)
Se, às vezes, ela usava meios rudes
para punir-me pelos meus malfeitos,
também com modos maternais perfeitos,
me apontava o caminho das virtudes.
Sei que alguns de seus atos e atitudes
eram certos, à luz de seus conceitos,
e não seriam hoje em dia aceitos,
por força das morais vicissitudes.
Sem traumas, amo a mãe que me foi brava,
dela me orgulho e não faço elegia
sobre o rigor com que ela me educava.
Dou-lhe, em memória, a alma agradecida,
pois as surras que dela eu recebia
não tive de apanhar das mãos da vida!
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FELIZ EM MINHA RIQUEZA
Eu não entro em labirinto, Quando tenho de tomar
para estar livre do risco uma decisão qualquer de não achar a saída; só me ponho nos extremos: nem sigo cursos da vida SIM ou NÃO, nunca TALVEZ, por caminhos muito estreitos, e a decisão sai na hora para não ter de arranhar-me que a consciência me aponte em vegetais espinhosos o lado em que eu deva estar; que sempre estendem seus ramos por isso ninguém me vê para dentro dos caminhos. ficar “em cima do muro”.
Sei que do escuro noturno Nada lamento da vida,
não costumo sentir medo, apesar de ter “perdido” mas prefiro estar no aberto muitas “oportunidades” em noites enluaradas de viver “bem situado”, e com céu cheio de estrelas, política e socialmente, para que aviste de longe porém me sinto feliz todo eventual perigo, quando me olho e me vejo de forma a me permitir pobre só do que não tenho preparar minhas defesas. na riqueza do que sou.
Sem falar em ter, ainda,
o encanto de noite assim por fonte de inspiração para escrever um poema, seja sem métrica e rima, mas em plena consonância com o dom que trago em mim de ver poesia e beleza em tudo quanto Deus cria. |
Kleber
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SOBRE POETAS
Alguém que sempre os meus sonetos lia,
certa vez, perguntou-me de repente:
– É verdadeiro ou mera fantasia
o amor que, em versos, só te faz contente?
De forma natural e meio fria,
dei-lhe a resposta que me veio à mente,
de que, quanto ao meu caso, eu garantia
ser verdadeiro sim, mas consciente
de que todo “poeta é um fingidor”
que escreve versos como bem lhe agrade
e é capaz de, ao falar de seu amor,
dizer uma mentira em cada verso
só para simular felicidade
plena, até quando experimente o inverso.
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TUDO BEM!
Ao te amar com todo o apreço E tu verás que, de fato,
Que nas trovas apregoo, Com toda sinceridade, Sei que tolo até pareço, A ti sempre estarei grato Mas sem bom senso não sou! Por tanta felicidade.
Eu venho tendo de ti Nosso amor valeu! No
entanto,
Atenção pouca e fugaz, Depois de por ti perdido E há muito já percebi O que te inspirou de encanto, Que tu não me queres mais. Deixou de fazer sentido.
O desenlace eu aceito, Morreu. Tudo bem! Deus
faça
Mas sem fugas: face a face, Que das cinzas desse amor Com ternura, assim do jeito Nossa amizade renasça Como ocorreu o enlace. E venha com mais vigor!
Dir-me-ás, então, de frente, Saberei ser teu amigo
Que foi tudo uma paixão Sem deixar transparecer Louca, mas que, finalmente, Que já desfrutei contigo Ouviste a voz da razão. Tanta loucura e prazer.
Eu, sem mágoa, sem desgosto, E nesse retorno ao antes,
Sem qualquer ressentimento, Tanto podes como eu posso Com um beijinho em teu rosto, Manter o tempo de amantes Selarei o assentimento. Como segredo, só nosso.
Em mim, de nossa cisão
Não ficará cicatriz, Nem morrerá a emoção De ter sido tão feliz. |
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HABITUALISMO
Nos
versos de um soneto descrever
amores, sonhos, coisas corriqueiras, tem sido para mim, nas sextas-feiras, um hábito tão cheio de prazer!
Já
deixo a pena no papel correr
livre, só tendo as margens por fronteiras, desde bem cedo, logo que as primeiras luzes venham no céu aparecer.
Se
ela registra, mesmo sem que eu peça,
que quando ao receber algum favor costumo dar em troca uma promessa,
há
duas coisas que jamais prometo:
passar um dia sem falar de amor e uma semana sem fazer soneto. |
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RESPOSTA
Amanhã, quando
estivermos
bem juntinhos
novamente
a gozar nosso
segredo,
vou te oferecer
resposta
silenciosa à
pergunta
que há pouco me
fizeste
num breve
telefonema,
antes que a ligação
caísse.
E chegarás ao
entendimento pleno
do que pretendo
de ti,
no instante em
que os meus lábios
tiverem
terminado
de escrever em
teu corpo
o poema de amor
que eu nunca
conseguirei
escrever com
palavras...
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Kleber
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SONETO DO
AMOR DESFEITO
De
ti a ideia veio. Por sinal,
em face das razões, dei por aceito retornarmos, em sendo o amor desfeito, à amizade, de forma natural.
E
assim se fez... Na hora, passei mal,
dando a impressão de estar insatisfeito, mas logo procurei achar um jeito de manter o equilíbrio emocional.
Deixei
os meus sentidos desatentos
a máximas e a outros pensamentos que, de ouvir desde a infância, sei de cor.
E
cheguei, por mim mesmo, à conclusão
de que termos saído da ilusão para a realidade foi melhor. |
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O ESPETÁCULO
Se pudessem ser abertas as cortinas
do palco onde acontecem
nossos encontros secretos,
todos enxergariam a verdade
dos quadros que figuram em poemas
como meras fantasias poéticas.
Imagino a plateia não virtual
delirando a cada cena de nós dois
num instante de amor:
Em minha mente,
nenhum espectador
consegue abafar aquele suspiro
provocado pela emoção
de perceber que as palavras mudas
pronunciadas pelas minhas carícias
estão sendo entendidas pelo teu corpo
que, em frêmitos, se funde ao meu,
ao calor de luxuriante loucura,
diante de um relógio de cabeceira
que parou os ponteiros,
atestando que tempo não é medida
para a intensidade de um prazer...
Chego a ver
o final apoteótico do espetáculo,
em que os nossos corpos relaxam
lado a lado, entre lençóis amarrotados.
cada um de nós com o sorriso próprio
de quem espera o início de uma nova sessão,
quando a plateia inteira se põe de pé,
aos gritos de BRAVO!... BRAVO!...
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“NIL NOVI SUB SOLE”
Ninguém imagina seres tu
quem protagoniza comigo
as cenas desse amor
de que falo em meus poemas:
amor que temos vivido em plenitude,
à distância dos olhares alheios
e do qual são testemunhas
apenas os espelhos que refletem
os momentos de prazer que ele nos dá.
Se alguém soubesse disso,
sem nenhuma dúvida,
eu estaria sendo ridicularizado
pelo fato de quase te ter
carregado no colo;
e os dois estaríamos,
inevitavelmente, expostos a julgamentos
por traição aos nossos companheiros
de união formal.
Sem a menor preocupação
quanto a estarmos certos ou errados,
torço por que esse nosso segredo
nunca se revele,
e por que não morra o encanto
dos mágicos momentos
em que a força da paixão
me permite atender
a todos os apelos de tua lascívia,
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Kleber
Lago - Viagens para dentro e fora de mim 64
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com relativo entusiasmo,
que até me faz lembrar de mim
nos meus tempos de moço
afoito e travesso.
Vou fazer o possível
para que esses momentos
continuem a ser vividos por nós,
sem que percamos a certeza
de que não nos cabe a culpa
de a emoção não ter dado tempo
para a razão impedir
o primeiro olhar, o primeiro toque,
o primeiro beijo, o primeiro abraço,
responsáveis pelo intenso envolvimento
de que nos tornamos escravos:
no começo, por impulsos instintivos;
agora, por decisão voluntária.
Condenáveis que sejam nossos atos
para os olhos do mundo,
“nada há de novo sob o sol”;
e não fomos os inventores,
não somos os primeiros,
nem seremos os últimos
a viver esse tipo de relação...
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Kleber Lago
© Kleber Cantanhede Lago
É sempre prazeroso ler poemas bem inspirados e bem elaborados! Parabéns, poeta!
ResponderExcluirProfª Rita
Li e gostei. Muito.
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