Está saindo minha nova
coletânea de poemas com o título de Viagens para dentro e fora de mim. A
tiragem é limitada. Mas, no sentido de que todos os meus queridos leitores tenham
oportunidade de lê-la, vou publicá-la em postagens parciais condensadas, aqui no blog, a
começar de hoje.
Kleber Lago
Viagens para dentro
e fora
de mim
KCL
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© Direitos reservados
ao autor. Permitida a reprodução de textos, ou de parte destes, em citações,
desde que indicada a sua autoria.
Projeto Editorial:
Kleber Lago
Capa:
Montagem em foto de
Chenia Burlamaqui
Revisão técnica e ortográfica:
Cláudia Arôso
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Lago, Kleber
Viagens para dentro
e fora de mim / Kleber Cantanhede Lago.
São Luís, MA: KCL, 2017.
90 p.
1.
Poesia
brasileira. 2. Literatura brasileira. I. Lago, Kleber.
II. Título
CDD
869.98
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APRESENTAÇÃO
Este livro, a exemplo de quase
todos os demais por mim publicados, é o mais novo produto de um trabalho
gráfico semiartesanal, totalmente feito em casa, com utilização de computador
e impressora comuns e de outros instrumentos de operação manual. Sua matéria
prima são poemas escritos anteriormente a 2017, já divulgados, com o crédito
de minha autoria, em ambiente virtual de comunicação social, que abrange o
meu blog [kleberlago.blogspot.com], o
Facebook e grupos literários afins, dos que faço parte.
A nova coletânea vem, pois, dar
continuidade a um projeto editorial, independente e despretensioso, que há
anos venho desenvolvendo no sentido de compartilhar com os amantes da Poesia
a expressão verbal, em versos, de sensações emocionais que se despertam em
mim no curso de viagens poéticas, nas quais a inspiração me leva ao meu
interior e a espaços exteriores de convívio humano com os meus semelhantes.
Kleber Lago
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DEDICATÓRIAS
A Cláudia Arôso, com minha gratidão
pelo amor e companheirismo com que ela aperta cada vez mais os laços de nossa
união.
Aos meus filhos Klènia, Karina e Vinícius,
e ao meu neto Artur, com as bênçãos do pai e avô que deles se orgulha e tem
por eles amor sem limite.
Aos meus irmãos José, Aécio, Gracinha,
Maria
do Carmo e Elisa, em louvor aos bons sentimentos que nos
mantêm unidos e solidários uns com os outros.
À querida tia Dilu Cantanhede e aos demais parentes,
consanguíneos e afins, com a manifestação do carinho e respeito que lhes
tenho.
A todos os amigos e leitores que prestigiam meus
humildes escritos.
In memoriam, àqueles que já se tornaram saudades, mas
permanecem vivos em mim sob forma de indeléveis lembranças: meus pais,
Raimundo e Maria Lago; meus manos Rômulo e Angélica; minha primeira esposa,
Vânia; parentes e amigos que aqui fizeram por merecer, para sempre, meu
respeito e meu afeto.
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Viagens para dentro e fora de mim
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Kleber
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VIAGENS PARA DENTRO E FORA DE MIM
Se viajo para dentro de mim, e é por causa dele que consigo
encontro, às vezes, ser sempre humilde
alguns dos meus outros “eus”. sem nunca me mostrar covarde.
Cumprimento-os por mera gentileza, Foi
com ele que aprendi a musicar
mas sem lhes dar muita atenção os sons e os silêncios,
para evitar
influências deles assim como enxergar poesia,
sobre o
comportamento do “eu” tanto no que me parece estático
que quero carregar, enquanto viva. no
instante da infinita eternidade
em que marco presença Se viajo para fora de mim, quanto na vida que se movimenta
é com este “eu” que
eu ando, em mim e fora de mim.
porque ele torna macias
aos pés de minha alma É com este que eu torno poema
as mais duras estradas. minhas alegrias e frustrações,
em versos que não machucam
É ele que me permite nem ferem os que me ouvem,
igualar em intensidade enquanto os vou declamando
o dar e o receber
amor, estrada afora
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Kleber
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NÃO CONSIGO MUDAR
Rio quando o momento
pede riso,
não aprendi a chorar
para lamentar por
minhas dores
e nunca faço teatro
para dar satisfação
aos que gostariam
que eu fosse
diferente do que
sou.
Mas como sei pedir
perdão
se desagrado a
alguém
embora
involuntariamente,
espero que me
perdoem
os que me condenam
por eu não saber
fingir
que sou de outro
jeito.
CORAÇÃO
Se coração
não pensa nem sente,
isso pouco me
importa,
e continuarei a
dizer que amo,
recebo amor e me
dou, de coração.
Afinal,
é pelas suas batidas
aqui dentro do meu
peito
que meço a
intensidade
dos meus
sentimentos.
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REVELAÇÃO
Um
velho sabiá numa gaiola
fá-lo
pensar que vai cantar, no entanto
parece
que algo essa intenção degola,
pois o
pássaro logo engole o canto.
Triste,
o menino segue rumo à escola,
e o
pensamento disso o fere tanto,
que ele
desaba em si e não controla
a
sensação de dor que o leva ao pranto.
Eis um
quadro que, visto em sua essência,
revela
que é bem viva na inocência
a
instintiva noção da realidade
de como
o adulto, por estupidez,
se
apossa até de um canto que Deus fez
para
ser entoado em liberdade.
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ASSIM, SEM MAIS NEM MENOS
Não te zangas, embora alguém te diga
que sempre, quando estou de ti ausente,
nunca me falta ao lado alguma amiga,
nem alegre expressão em meu semblante.
Nisso não vês motivo para intriga,
pois sabes que não há quem te suplante
no ser por mim amada, ou quem consiga
fazer-me te esquecer um só instante.
Percebes que a saudade cedo ateia
fogo em meu peito e põe-me a mente cheia
do anseio de voltar para onde estás.
Por isso é que, na volta, mal eu chego,
já me recolhes ao teu aconchego,
no mesmo clima de doçura e paz!
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Kleber
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AO CRISTO RESSUSCITADO
Por onde tenho andado, onde converso,
sempre encontro mais gente convencida
de que, com fé em TI, a humana lida
será só de vitórias, sem reverso.
Li e ouvi sobre muitos, no universo,
que por seus ideais deram a vida,
e recebem, por isso, a merecida
homenagem, em atos, prosa e verso.
Mas não conheço herói sacrificado
que, a exemplo de TI, tenha gerado
um contingente igual de seguidores,
e que voltasse – em nós ressuscitado –
a nos trazer perdão para o pecado,
luz às trevas, doçura aos dissabores!...
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Kleber
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ARTESÃO VERSEJADOR
Tornei-me
artesão do verso,
e
de maneira singela,
crio
poemas – as peças
desse
meu artesanato.
Cada
peça que ofereço,
nada
custa a quem receba,
porquanto
a matéria prima
de
sua composição
eu
a consigo de graça,
e
a paga por meu trabalho
é
o prazer de executá-lo.
Artesão
versejador,
não
digo que sou poeta,
mas
sei que por onde eu passo
em
tudo enxergo a Poesia.
Faço,
então, minhas colheitas
de
emoções, a que dou formas
verbais
dentro dos poemas,
com
que busco mitigar
essa
avidez pelo Belo,
que
nos outros, quanto em mim,
nunca
vai ser saciada...
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SENSAÇÕES
COMUNS NO OUTONO
Nos últimos outonos tenho ouvido,
no silêncio das noites, teus reclamos
por supostos desejos, reprimidos
dentro de nós enquanto nos amamos.
Decerto, isso não faz nenhum sentido,
pois nosso amor murchou sem criar ramos,
e já vai meio século vencido,
desde o momentos em que nos separamos.
Talvez nem tenha havido esse desejo
mútuo, inconfesso e não realizado,
já que o busco na mente, e não o vejo.
Então, tais sensações, comuns no outono,
são coisas de “demônios” do passado,
no intuito, apenas, de roubar-me o sono...
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Kleber
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TALISMÃS
Dentro da simbologia
que abrange o número
“4”,
é ele que
quantifica:
- os elementos
alquímicos;
- as estações
anuais;
- as fases de nossa
lua;
- os grandes evangelistas; AMIZADE
- os cavaleiros que
João
refere no Apocalipse; Não há peso nem medida
- os braços da cruz antiga; com que se possa aferir
- as letras do nome DEUS... a verdadeira amizade,
tal
como não há moeda
Sem estar pensando
nisso, que nos permita, também,
plantei no jardim da
alma representar-lhe o
valor.
uma muda de
“trifolium”,
conhecido como
trevo, Assim, se me
indaga alguém
que medrou e cresceu
logo, sobre o que é e o que vale
mas,
contraditoriamente a
amizade para mim
ao que quer dizer o
nome, respondo que, quanto às minhas, dá “trevos de quatro
folhas” eu bem sei que vale a
pena
senti-las
e preservá-las.
Eis por que trago
comigo,
aonde vou, onde
estou,
vários desses
talismãs,
de iguais poderes de
sorte,
e que me permitem
sempre
realizar meus
desejos,
por obra dessa magia
que o número “4”
encerra.
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DA
CONVIVÊNCIA ENTRE MEUS “EUS”
Faço, às vezes, viagens por espaços
temporais, hoje aquém e além de mim,
percebendo que a marcha dos meus passos,
no sentido em que for, não chega ao fim.
Se eu ando para trás, não são escassos
os quadros do passado de onde vim;
se para frente, saio dando abraços
no que não sei se alcançarei, enfim...
São tais viagens do meu EU poeta,
divagador, ao qual de minha mente
concedi o quinhão que lhe cabia,
quinhão que ele bem usa, e não afeta
o do meu outro EU, que é consciente
do que é realidade e fantasia.
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Kleber
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LUZ
Em vela de estearina,
bico de gás, lampião,
candeeiro, lamparina,
lâmpada elétrica, bem
como em nossa própria mente,
tudo o que se faz candente
e clareia a escuridão,
como luz só se mantém
enquanto lhe dá sustento
uma fonte de alimento.
DO
SONHO À LOUCURA
Num sonho, quase pesadelo,
eu caía de bem alto,
até bater com a cabeça
perto do teu coração.
Acordei louco,
e na minha loucura
continuo, ainda hoje,
louco por ti,
e aos teus cuidados...
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Abraços a tidos e obrigado
pelo carinho e atenção!
Kleber
Lago
© Kleber Cantanhede Lago
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirJa estou me deliciando com a leitura . E esperando ansiosa os demais poemas.
ResponderExcluirMuita honra em que tenhas usado uma tão despretensiosa foto de um entardecer às margens do rio Araguaia, que fiz há uns 3 anos e apenas com o meu velho e bom Samsung... rssss
Quem viu a capa elogiou demais a foto. Só tenho a agradecer-te a tua bondosa cessão, há mais de dois anos, quando o livro ainda era um projeto. Beijinhos, querida amiga!
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