terça-feira, 22 de outubro de 2013

SENSAÇÕES VERBALIZADAS

(Imagem compartilhada do Google)


Escrever versos é um dos maiores prazeres que tenho na vida. E esse prazer sempre se amplia, quando me vem a confirmação de que muitas pessoas me presenteiam, dando atenção às sensações que verbalizo, o que serve de motivo forte para que eu continue a alimentar com poemas as páginas deste blog.


         MÃE-POESIA

Quando Deus à mulher deu a missão
de mãe, mostrou de forma bem direta
que Ele, o Senhor de toda a criação,
tinha também seus dotes de poeta.

É que não há no mundo outra expressão
de poesia que seja mais completa,
em beleza, ternura e emoção,
do que uma mãe cumprindo sua meta!

Ser mãe traduz, na plenitude, o amor,
pouco importa o lugar de onde ela veio,
o status social, o credo e a cor!...

Mãe é poesia escrita a tinta forte,
e que não sai jamais de nosso seio,
nem quando a musa nos carrega a morte! 

          OPÇÃO

Amar! De vocação por mim sentida
inda na infância dos primeiros dentes,
inspirando-me afetos inocentes,
tornou-se minha faina preferida!

Amei e amo, nesta humana lida,
pai, mãe, irmãos, mulher, filhos, parentes
e amigos que estarão sempre presentes
em meus quadros de amor, por toda a vida.

Amar ou não amar? Se Deus um dia
ante o dilema me viesse pôr,
juro que, no momento de optar,

iria Lhe dizer que preferia
poucas horas a mais de muito amor
a viver um milênio sem amar.


                CONJUGANDO A VIDA

Meu amor, sei que te AMO 
Muito mais do que eu AMEI
A todas as me que AMAVAM
Nos anos da mocidade.
Por querer Deus que eu te AME,
É que sempre te AMAREI,
E digo que te AMARIA,
Mesmo que tu não me AMASSES.

Nessa hipótese, eu daria
Mais razões para me AMARES
Até chegar a sentir-me,
de fato, por ti AMADO.
Seria, pois, a maneira
Mais certa de proceder,
A fim de que acontecesse
Tudo o que agora acontece:

Nós dois, juntos, nos AMANDO
Num quadro em que a existência
Vira um eterno momento
De uma alegria sem par,
Sem estresse, e ambos tomados
Pela emoção de uma prece,
Fazendo a conjugação
Do viver – no verbo AMAR

Sempre no tempo presente
De seu modo indicativo,
Mas na forma afirmativa
E na primeira pessoa
Do plural, trazendo um “nos”
(oblíquo) como objeto,
Marcando em sua função
Plena reciprocidade...


         AQUI E AGORA

Vou parafrasear velho ditado
para lembrar a “quem guarda com fome”
que tudo aquilo que se tem guardado,
muitas vezes, “o bicho vem e come”...

Sabe-se o que é presente e o que é passado,
porém futuro ainda é só um nome
dado ao que, simplesmente idealizado,
vira dúvida atroz que nos consome.

E antes que eu prove que um mais um são dois,
toda a minha esperança num depois
pode a morte apagá-la de repente.

Por isso, a cada instante, a cada hora
eu me dou, por inteiro, aqui e agora,
enquanto estou vivendo o meu presente.

ESCUTO TEUS OLHARES

Nada mudou nos íntimos instantes
a que ainda nos temos dado tanto:
tudo se mostra igual ao que era antes,
em matéria de amor, ternura e encanto.

E aqui estamos nós, ternos amantes,
em livre entrega de um ao outro, enquanto
efeitos aromais inebriantes
o amor produz e espalha em nosso canto.

Assim, depois que o corpo te pontilho
de beijos, sinto em teus olhos felizes
um desejo exprimir-se em forte brilho.

E te atendo, apesar de te calares,
pois escuto o que, em suplica, me dizes
na voz silenciosa dos olhares.


NUM INSTANTE DO PRESENTE

Pisando estradas, vias e vielas,
Faço minhas paradas,
Sigo em frente ou volto um pouco atrás,
Conforme me convenha,
Mas não sem desfrutar
Com a intensidade possível
Qualquer pedaço de vida,
Enquanto cumpro a jornada.

O que quero é ser feliz
A cada passo e a cada pouso,
Num instante do presente,
Sem a menor pressa
De chegar aonde eu deva ir,
Indiferente ao tamanho do caminho,
À duração da caminhada
E ao destino a que serei levado.

PRESCINDÊNCIA

Na emoção do brinde,
o bom vinho
esbordou das taças de cristal
e manchou nossas roupas,
mas isso não impediu a consumação
daquilo a que brindávamos,
pois no projeto daquela noite
roupas figuravam
como peças dispensáveis.



                          
                         S O R T E

Juntos como sabor e cheiro em vinho,
nós dois – tu para amar-me, e eu para amar-te –
gozamos o calor do mesmo ninho,
sem permitir que nada nos aparte.

O nosso amor se nutre com carinho,
e cada um de nós faz sua parte,
tal como neste instante, agarradinho
contigo, aos beijos, fico a confessar-te

que, sem nenhuma dúvida, querida,
pretendo dar mais uns milhões de passos
caminhando a teu lado pela vida,

porém se agora me levasse a morte,
o fato de eu morrer entre teus braços,
muito além de prazer, seria sorte!...




Deixo os meus agradecimentos aos estimados leitores que me honram, dedicando um pouco do seu precioso tempo à leitura de meus humildes escritos.
Kleber Lago

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